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Proclamação da República: 4 fatos para você conhecer a história real

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Proclamação da República: 4 fatos para você conhecer a história real

Reprodução do quadro do artista paulista Benedito Calixto que retratou a Proclamação da República anos depois, finalizando a obra em 1893. A pintura original pode ser observada no acervo fixo da Pinacoteca do Estado, em São Paulo (SP). – Foto: Domínio Público

Como realmente o Brasil deixou o período imperial e se tornou uma República? Descubra como foi este processo que culminou no dia 15 de novembro e quais seus motivos.
Em 15 de novembro de 1889, há exatamente 135 anos, o Brasil abandonava o Império e o sistema monárquico para se tornar uma República. Foi uma longa jornada de revoltas populares (algumas ocorridas ainda no período colonial, como a Inconfidência Mineira), crises políticas e pressões de diferentes frentes da sociedade brasileira.
O processo de Proclamação da República não foi simples, mas marcado por fortes razões e fatos importantes e teve uma característica significativa: o movimento final não contou com a participação dos mais interessados pelo fim da monarquia no Brasil: o povo.
Em um dia marcante da história brasileira, a National Geographic apresenta quatro fatos para você conhecer a história real de como se deu a Proclamação da República no Brasil.
1. A insatisfação dos militares das Forças Armadas
Após a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), ainda durante o governo monárquico de Dom Pedro 2ª, nas décadas de 1870 e 1880, os militares estavam descontentes pela falta de reconhecimento, baixos salários, além de uma “incompatibilidade da instituição relativamente moderna e uma ordem social e econômica atrasada no país”, conforme conta o professor de História Econômica da Universidade de São Paulo (USP), Guillaume de Saes, em um artigo no site da Faculdade de Filosofia, Letras, e Ciências Humanas da USP.

A força do sentimento antimonárquico nos meios militares era forte a ponto de até um general monarquista, como Deodoro da Fonseca, aceitar comandar a ação político-militar que derrubou o trono em 15 de novembro de 1889, no que é considerado por muitos acadêmicos, como os da USP, um golpe militar institucionalizado.
Para outras fontes, como a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido) a Proclamação da República foi uma conspiração cívica-militar, isso porque a insatisfação dos militares (mais do Exército que da Marinha) foi incentivada por diversos outros grupos da sociedade.
No seu livro “As Barbas do Imperador – D. Pedro 2º, um monarca nos trópicos”, a escritora (membro da Academia Brasileira de Letras), historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, afirma que “ao que parece, a República não se proclamou ‘no berro’, nem deu Deodoro um grito homólogo ao também suspeito grito do Ipiranga. (…) A República do Brasil não fora proclamada, mas aclamada” pela sociedade em geral.
Representação da Proclamação da República em forma de charge retratando o Marechal Deodoro da Fonseca em cima de seu cavalo e o ex-Imperador Dom Pedro 2º e sua família saindo de cena – artista desconhecido. – Foto de Domínio público
2. A influência dos movimentos republicanos e políticos
Diferentes grupos da sociedade brasileira estavam descontentes com a forma como a monarquia governava o país. Desde variados movimentos republicanos – com destaque para os republicanos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul – que atuavam de perto com os militares rebelados, como conta o professor da USP.

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O descontentamento da população com o Império crescia por conta da miséria, corrupção e a falta de liberdade política, o que causava mais desestabilização do regime na década de 1880. Em seu livro “A República Consentida: cultura democrática e científica do final do Império”, a professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC – RJ) e doutora em história social da cultura, Maria Tereza Chaves de Mello, lembra que a formação de associações, confrarias e a imprensa ajudaram a disseminar o pensamento republicano na época, como ela afirma em um artigo no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) do Governo Federal.
Alguns partidos políticos também eram simpatizantes da causa, com o Partido Republicano Paulista (PRP), que era um caso curioso, pois representava a classe conservadora dos “barões do café” de São Paulo, que mesmo com a ascensão econômica do grupo, se via prejudicado e desprestigiado pelo Império e apoiavam a República.
Porém, o PRP era contra a Abolição da Escravidão – que ocorreu em 13 de maio 1888, sob o regime monárquico. E, desde então, o partido buscava se posicionar na nova ordem do Brasil sem escravos e garantir um governo que lhe permitisse mais poder para assegurar seus privilégios.
“O fato de representarem o setor agrário-exportador mais forte e mais próspero do país possibilitou aos republicanos paulistas dominarem o novo regime republicano, mesmo eles não tendo participado da ação revolucionária que depôs o Imperador”, disse o historiador Guillaume de Saes ao site da USP.
3. O peso da Abolição da Escravatura na Proclamação da República
A abolição da escravidão foi uma das principais pautas que moveram a sociedade brasileira na década de 1880. A maioria dos abolicionistas era adepta dos ideais republicanos, e a mobilização em defesa do movimento inclinou-se para a implantação da República.
Segundo afirma a Britannica e o professor Guillaume de Saes no site da USP, o colapso do sistema escravista enfraqueceu ainda mais a monarquia, que perdia uma importante base de sustentação. “Ao abolir a escravidão a contragosto em maio de 1888, o Império selava a sua sorte, perdendo o apoio de elites regionais do café pouco integradas e pouco interessadas na manutenção do centralismo político e administrativo”.
O também historiador Luiz Henrique Borges, do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN), ressalta no site da Agência Brasil (agência de comunicação oficial do Governo Federal), que a Abolição da Escravidão foi um dos principais fatores que contribuíram para a tomada do poder vigente no ano seguinte, em 1889 pelos militares.
Na foto, o Marechal Deodoro da Fonseca que foi convencido a liderar o movimento de Proclamação da República e se tornou depois o 1º Presidente do Brasil. Foto de Domínio público
4. A conspiração da República e a saída da família real do Brasil
Pressionado por todos os lados, o governo de D. Pedro 2º estava muito enfraquecido em 1889. Um dos pilares da monarquia brasileira, a Igreja Católica estava insatisfeita com as interferências do Imperador nos assuntos religiosos. Além disso, boa parte da sociedade demandava o estabelecimento do laicismo na política do país, isto é, a transformação do Brasil em um Estado laico, sem interferência de religiões.
Por fim, havia também uma insatisfação a respeito da sucessão do trono. A princesa Isabel (que assinou a Lei Áurea e garantiu o fim da escravidão) não era considerada a pessoa ideal para assumir o trono e a possibilidade de que seu marido, o francês Conde d’Eu, se tornasse imperador também não bem aceita, segundo o artigo da USP.
No dia 10 de novembro de 1889, um grupo de republicanos foi até a casa do marechal Deodoro da Fonseca para convencê-lo a juntar-se a eles em um movimento para derrubar o Visconde de Ouro Preto, que era o Presidente do Conselho de Ministros do Brasil Império. No grupo estava o jurista, diplomata e político Rui Barbosa, o militar Benjamin Constant e o jurista e jornalista Aristides Lobo.
O marechal foi convencido a aderir ao movimento e no dia 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, que era a capital do país na época, o Deodoro da Fonseca liderou o movimento que derrubou o Império. Invadiu o Ministério da Guerra, mandou prender o Visconde de Ouro Preto e proclamou a República. Um ato sem violência, sem qualquer participação civil direta e sem a presença de D. Pedro 2º, que estava na cidade de Petrópolis (região serrana carioca), como afirma o texto do Ipea.
No mesmo dia, José do Patrocínio, líder abolicionista, redigiu o ato oficial de proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil – como foi denominado o país da época. Foi instalado um governo provisório e, posteriormente, Deodoro da Fonseca assumiria o posto de 1º presidente do país.
A família real do Brasil foi exilada e mandada para a Europa na madrugada do dia 17 de novembro. O Imperador Dom Pedro 2º estava doente e acamado no dia 15, em Petrópolis, quando soube do movimento e foi ao Rio de Janeiro. À tarde foi avisado da Proclamação da República e dias depois foi obrigado a abdicar do trono e a sair do país com sua família, como relata a Agência Brasil.
National Geographic

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Com novo tema, campanha Janeiro Branco reforça o cuidado com a saúde mental

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Com novo tema, campanha Janeiro Branco reforça o cuidado com a saúde mental

O tema de 2025 é “O que fazer pela saúde mental agora e sempre”. O Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), reforça a importância do cuidado permanente e o reconhecimento dos sentimentos e emoções.
O começo do ano também dá início à campanha Janeiro Branco, movimento sobre saúde mental que convida a sociedade a refletir, dialogar e agir em prol do bem-estar emocional. O tema de 2025 é “O que fazer pela saúde mental agora e sempre”. O Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), reforça a importância do cuidado permanente e o reconhecimento dos sentimentos e emoções.

 


Criada em 2014, a campanha se consolidou como um marco no calendário brasileiro e desde 2023 é reconhecida oficialmente como Lei Federal (Lei 14.556/23). A escolha do primeiro mês do ano é por conta da simbologia em estabelecer metas pessoais ou começar algo novo, incentivando a pessoa a pensar em reconhecer mais sobre seus sentimentos e emoções.
A chefe da Divisão de Atenção à Saúde Mental da Sesa, Suelen Gonçalo, explica que a maior parte das pessoas associa saúde mental a doença mental, o que é errado. “A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. Ela está relacionada à forma como a pessoa reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções”, explica.
“A campanha desse ano pretende engajar indivíduos, famílias, instituições públicas e privadas em ações concretas que estimulem a valorização da saúde mental como prioridade coletiva”, acrescenta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ter saúde mental é estar bem consigo mesmo e com os outros, aceitar as exigências da vida, saber lidar com as boas emoções e também com aquelas desagradáveis, mas que fazem parte da vida, além de reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário.
Para cuidar da saúde mental da população, o Paraná conta com Unidades Básicas de Saúde/UBS, Estratégia Saúde da Família (ESF) e os Consultórios na Rua, que fazem parte da Atenção Primária em Saúde.
Também conta com 157 Centros de Atenção Psicossocial/CAPS em suas diferentes modalidades, sete Serviços Integrados de Saúde Mental (SIMPR), que é a conjunção de um CAPS AD III e uma UA de âmbito regional, 41 Equipes Multiprofissionais de Atenção Especializada em Saúde Mental, 72 leitos em Serviço Hospitalar de Referência (leitos de saúde mental em hospitais gerais), e 1.600 leitos em hospitais especializados em psiquiatria.
No final de 2024, a Sesa repassou aos CAPS das diversas modalidades um incremento para custeio mensal de mais de R$ 15 milhões. O valor é destinado para apoio das ações de reabilitação psicossocial destes serviços.
O Estado também aposta na educação permanente em saúde mental e no PlanificaSUS Saúde Mental. O curso “Saúde e Bem Viver: Cuidado Integral para a Saúde Mental”, ofertado pela Escola de Saúde Pública do Paraná (ESPP), é uma formação inédita para servidores da área e que está em andamento. Ela tem como finalidade potencializar as ações desenvolvidas na Atenção Primária à Saúde (APS) e promover o bem-estar integral, sendo destinado para profissionais que atuam no SUS Paraná.

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