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JURANDA

Juranda: Lucas, que teve milagre reconhecido pelo papa, se prepara para o vestibular de Medicina

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Lucas, que teve milagre reconhecido pelo papa, se prepara para o vestibular de Medicina
Menino se tornou um moço estudioso e dedicado à família; filme que vai contar sua história começa a ser gravado agora em novembro

 


Juranda, cidade de 7,7 mil habitantes a 107 quilômetros de Umuarama, é cenário de um fato que ganhou repercussão internacional: o milagre da cura do menino Lucas, que em 2013 caiu de uma altura de mais de seis metros, sofreu traumatismo craniano, foi desenganado pelos médicos porque o caso era gravíssimo, mas sobreviveu. Ele, com 5 anos, brincava com a irmã na casa dos avós [um sobrado de dois andares], quando se aproximou da janela, que não tinha grade, se desequilibrou e caiu na calçada.
O impacto na cabeça foi tão forte que o garoto chegou a perder massa encefálica. A família, chocada, imediatamente o levou ao pequeno hospital da cidade, onde ficou por poucas horas, porém foi o tempo suficiente para uma corrente de oração se formar em frente ao hospital. É que a notícia se espalhou rapidamente e comoveu os moradores de Juranda, que se puseram a rezar pela salvação do menino; fiéis de todas as religiões se uniram nessa corrente uníssona de fé.

 


Logo Lucas foi transferido para um hospital com mais recursos, da cidade de Campo Mourão; nesse percurso teve duas paradas cardíacas, entre outros problemas preocupantes. Enquanto estava na UTI, o fluxo de orações não parou em Juranda e foi fortalecido pelas Irmãs Carmelitas de Campo Mourão. Também sensibilizadas com a situação, elas aderiram, pedindo a intercessão dos beatos Francisco e Jacinta, que presenciaram a aparição de Maria, Mãe de Jesus, na cidade de Fátima/Portugal, em 1917.
Sete dias depois, Lucas acordou do coma perguntando onde estava sua irmãzinha, como se nada tivesse acontecido. Os médicos não conseguiram explicação para essa reação, por Lucas ter despertado tão rapidamente, sem nenhuma sequela neurológica ou cognitiva [tomografia, ressonância e outros exames não apresentaram nada anormal]. Já os devotos não tiveram dúvida: foi milagre! E celebraram. Quatro anos depois a Igreja Católica reconheceu o milagre e santificou os ‘Pastorinhos de Fátima’.
Hoje, com 16 anos, Lucas mostra-se um jovem sensato, atencioso e concentrado nos estudos [cursa o segundo ano do ensino médio]; ele quer ser médico, então diz se dedicar ao máximo porque sabe que o vestibular para Medicina é muito concorrido. Acompanhado da mãe, Lucilla Yuri Maeda de Oliveira, ele recebeu a reportagem d’OBemdito em sua casa, com muita boa vontade. Conversamos na sala de jantar, diante de um oratório montado pela família; entre as imagens que compõem o altar estão, obviamente, as de Nossa Senhora de Fátima e dos irmãos Jacinta e Francisco Marto.
O tempo todo Lucas foi comedido nas respostas. Por ter se tornado o centro de atenção de um fato de projeção mundial, Lucas é frequentemente procurado por jornalistas e diz que atende a todos. “Já participei de mais de trinta entrevistas”, calcula. Durante a nossa, seguiu à risca as orientações da família: respondeu a todas as perguntas com educação e objetividade. “Aprendi que devo falar pouco, não fugir do assunto e manter a formalidade”, reitera, garantindo que toda essa exposição na mídia não o incomoda.
Lucas em seu quarto: moço educado e concentrado nos estudos para o vestibular de Medicina
“Pelo contrário, minha história deve ser contada e recontada para que mais e mais pessoas conheçam a graça alcançada; tenho obrigação de participar desse contexto”, assegura, com ar de humildade, demonstrando ser um jovem igual a todos os da idade dele, que curtem videogame – “Gosto de jogos desafiadores” – e academia de ginástica – “Vou todos os dias”. Para espairecer, diz que gosta de cozinhar. “Sei fazer macarrão, arroz, feijão e cachorro-quente…”, orgulha-se.
Ainda faz parte da sua rotina ir à missa todos os sábados, à noite. Já rezar antes de dormir ou acordar, nem tanto. “Bem pouco, mas rezo”, responde, mantendo o tom formal da voz. Perguntado se essas orações são para os Pastorinhos, dispara: “Claaaro”. E sobre o filme da história dele, das produtoras RN e Arene, que começa a ser gravado agora em novembro, também é enfático: “Vai ser incrível!”.
Lucas e a mãe Lucilla: quadros com imagens dos ‘Pastorinhos de Fátima’ fazem parte do oratório que ela montou em casa

Abraço do Papa e presente da Polônia
Para muitas pessoas, receber um abraço do Papa Francisco é um privilégio. Lucas teve este privilégio quando participou da cerimônia de canonização dos beatos Jacinta e Francisco, realizada em Portugal, em 13 de maio de 2017, durante as festividades do ‘Centenário das Aparições de Nossa Senhora de Fátima’. A família do garoto esteve entre os convidados de honra. A foto do abraço viralizou na internet. “Foi muito emocionante”, lembra.
Outra viagem marcante para Lucas foi a que o levou para a Polônia, em 2019. Lá, ele e os pais presenciaram a celebração do primeiro aniversário do Santuário das Crianças de Fátima. “O convite partiu do pároco daquela instituição religiosa, que queria conhecer o ‘menino do milagre’; é que o Santuário foi concluído e recebeu esse nome bem na semana em que o Lucas estava na UTI… O pároco achou interessante essa coincidência e por isso fez questão de convidar o Lucas para o primeiro aniversário do Santuário”, conta o pai do Lucas, João Batista de Oliveira
Um banner com a história do milagre, ilustrada com uma foto do Lucas e colocada na porta do Santuário, faz parte do adornamento da fachada. “Fomos muito bem recebidos e ficamos muito honrados”, destaca Oliveira, que é farmacêutico, empresário [dono de farmácia], produtor rural e filho de pioneiros.
‘Cidade do Milagre’
Em nome da sustentabilidade, Juranda, que já planejava investimentos para expandir o turismo rural e ecológico, a partir da confirmação do milagre entra para outra rota: a do turismo religioso do Paraná. Em parceria com o Governo do Estado, estão em projeto a construção de monumentos que farão de Juranda um centro de devoção, onde os turistas poderão fazer da ‘Jornada do Milagre’ uma vivência espiritual inesquecível.
“Queremos unir todas as nossas potencialidades para proporcionar aos que nos vierem nos visitar momentos de conexão entre Deus e natureza”, diz a prefeita Leila Amadei. Para isso tem direcionado recursos em ações de incentivo à expansão de negócios na área de restaurantes, hotelaria e artesanato, entre outras.
“Ao mesmo tempo estamos oferecendo palestras e cursos para empresários e artesãos empreenderem na área ou, para os que já atuam, aprimorarem os seus serviços; desde 2018 mais de 50 empreendedores de produtos artesanais passaram por capacitação e estão em atividade, gerando renda e empregos”, informa.
Algumas obras também já foram concluídas, como o obelisco do Marco Zero do Milagre, construído na praça que fica em frente ao local onde Lucas sofreu a queda; e a ‘Exposição Documental do Milagre’, na Casa da Cultura, uma mostra permanente com fotos e relatos detalhados sobre a tragédia, exames médicos e documentos do Vaticano que confirmam o milagre.
Lucas e o pai no obelisco do Marco Zero do Milagre, instalado na praça em frente ao prédio do avô
Mas o melhor ainda está por vir: a construção do ‘Memorial do Milagre’ e do ‘Parque Temático do Milagre – Estação Ponto Paraná’, dois projetos inovadores, formados por espaços que vão oferecer conhecimento, devoção, arte e cultura, entre tantas outras novidades voltadas a cativar o turista, crente ou não, seguidor dessa ou daquela matriz religiosa.
“A soma de todas essas realizações forma o megaprojeto ‘Juranda Além do Milagre’, que promete mudar, para melhor, o perfil socioeconômico do nosso município; estamos focados num modelo identificado com sua vocação natural”, enfatiza a prefeita. “Embora estamos no início desse sonho, já atraímos visitantes de várias partes do Brasil e do exterior”, comemora.
Entre os atrativos do ecoturismo estão rios e lindas cachoeiras, trilhas por matas nativas, pesqueiros e pequenas propriedades agrícolas modelos, preparadas para visitação e degustação de comes e bebes caseiros.
Sobre os pastorinhos de Fátima
A história das três crianças, narrada pela Igreja Católica, começa no início do século passado, em uma pequena aldeia chamada Fátima, em Portugal. Eram Lúcia e seus primos Francisco e Jacinta, que gostavam de brincar, mas, além disso, tinham a função de pastorear as ovelhas. Também rezavam muito, em família.
Um certo dia, um anjo apareceu para elas, pedindo que continuassem a rezar pela paz do mundo. Ele apareceu outras vezes, repetindo o pedido e avisando que a Mãe de Jesus iria encontrá-los ali. Em 13 de maio de 1917, após terem ido à missa e recolhido as ovelhas, foram para a Cova da Iria; lá, viram um clarão no céu, depois um segundo clarão em cima da copa de uma árvore e, por fim, viram a Virgem Maria, que conversou com elas.
Ela teria dito, em tom sereno: “Rezem o terço, todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”. E, com o mesmo objetivo, voltou outras cinco vezes, sempre no dia 13, na mesma hora. A notícia se espalhou pela aldeia.
Lucas aponta para o local da queda: mais de seis metros de altura
Moradores começaram a ir ao local para rezar e, quem sabe, ter a chance de ver a Santa. E conseguiram vê-la. Em 13 de outubro rodopiou no céu um sinal visível para que todos acreditassem nas suas aparições; nesse dia, Nossa Senhora pediu aos que estavam ali que rezassem o rosário todos os dias.
Pouco tempo depois, Francisco e Jacinta ficaram muito doentes e morreram [vítimas da gripe espanhola]. Já Lúcia viveu até os 97 anos [morreu em 2005]; ela se tornou irmã Carmelita, para passar todo o tempo em oração e penitência, como lhe tinha pedido Nossa Senhora. Em 1949, quando professou os seus votos perpétuos, adotou o nome Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. Seu processo de canonização está em andamento. Jacinta e Francisco são os santos não-mártires mais jovens da Igreja Católica; 20 de fevereiro, data da morte de Jacinta, foi instituído o dia deles e em Juranda é feriado.
== Para saber mais sobre os projetos da Rota da Fé da Cidade do Milagre acesse www.juranda.pr.gov.br / Obemdito- Fotos: Graça Milanez

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BOA ESPERANÇA

Hemepar precisa com urgência de doação de sangue O+ e O-; estoque atual dá para 2 dias

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O atual estoque de sangue tipos O+ e O- do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) é suficiente para apenas mais dois dias.

A informação foi divulgada pela Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa) nesta quarta-feira (24) ao reforçar o pedido urgente de doações de sangue desses tipos.

 

A situação é considerada crítica. O Hemepar é uma das unidades da secretaria responsável por coletar, fazer transfusões, armazenar, processar e distribuir sangue a 384 hospitais públicos, privados e filantrópicos no estado.

De acordo com a secretaria, neste ano mais de 113,7 mil bolsas de sangue foram doadas no Paraná, sendo cerca de 60 mil tipo O+ ou O-. Ainda assim, a pasta alerta que a aproximação de períodos mais frios pode fazer com que a frequência de doações diminua.

“O frio é um grande dificultador da doação. Nestes períodos, as pessoas tendem a possuir hábitos mais caseiros e frequentemente notamos uma queda na coleta de sangue. Por isso, é importante reforçar, sempre que possível, a importância deste ato, absolutamente indispensável no salvamento de vidas”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

 

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Em CuritibaCascavelMaringáPato BrancoPonta Grossa e Toledo é possível agendar pelo site a doação de sangue ao Hemepar. Nas demais unidades, o atendimento é por ordem de chegada.

Quem pode doar sangue?

 

Para ser voluntário é preciso ter entre 16 a 69 completos, pesar no mínimo 51 quilos, ter boa saúde, estar bem alimentado, hidratado e apresentar um documento de identidade com foto.

Homens podem fazer a doação de dois em dois meses; as mulheres de três em três.

Durante o processo, são coletados cerca de 470 ml de sangue, de acordo com a altura e o peso do doador, além de quatro tubos de sangue para a realização dos exames.

Todos os dias, cerca de 700 bolsas de sangue são encaminhadas aos hospitais paranaenses para os mais diversos tipos de tratamento, somando mais de 21 mil bolsas por mês e 252 mil ao ano.

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